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Arquitetos: Scenic Architecture Office
- Área: 400 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Shan Liang, 锐境建筑空间摄影
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Horticultural Expo Village está localizada na encosta norte da Montanha Xian, no 11º Horticultural Expo Park, em Nanjing, China. O terreno é alto no lado sul e baixo no lado norte, onde foram projetadas a pousada Northern Inn do VOCO B&B Hotel, uma pequena cobertura na extremidade noroeste da plantação e uma ponte pedonal ao norte da aldeia. Este trecho do rio Qixiang flui ao longo do sopé norte da montanha Xian, e os lados leste e oeste oferecem uma bela vista do vale na direção das montanhas Baohua e Zhong. Nesse contexto, a ponte pedonal em questão conecta a Horticultural Expo Village e o Museu Jumbo ao norte, facilitando a entrada e saída dos hóspedes. Atravessando o rio de norte a sul, a Ponte das Nove Plataformas é um caminho a pé para a vila, com as montanhas se desdobrando à sua frente. Para além de responder às necessidades de circulação, espera-se construir aqui uma ponte pedonal como local de descanso e marco da comunidade, de forma a fomentar a sensação de “ir para casa”.
Entre os tipos de pontes existentes, a ponte coberta é uma espécie de ponte "lenta", com uma cobertura que oferece espaço para contemplação, descanso e atividades comerciais. Existem muitos exemplos de pontes cobertas em todo o mundo, no sul da China, Europa e América do Norte. A maioria deles depende de subestruturas para apoiar os volumes superiores, como a ponte de madeira em Taishun, a ponte em arco de pedra di Rialto em Veneza e a ponte da capela apoiada por pilares contínuos em Lucerna, que combinam estrutura e espaço, assim como a ponte em forma de treliça no Condado de Madison. Aqui, tentamos explorar a forma estrutural apropriada para esta região em termos da paisagem circundante e da experiência dos visitantes.
A balsa do rio Qixiang é naturalmente inclinada, e a largura do rio varia entre 18 e 30 metros devido à grande diferença no nível da água entre os períodos de abundância e seca. Isso faz com que a estrutura tenha um vão de até 37,8 metros de um lado, porém, do outro lado, a elevação da ponte precisa ser mantida acima do nível da água, mais a altura segura para o tráfego de barcos o tempo todo. Se for utilizada a forma tradicional da ponte em arco, uma altura de arco de pelo menos 3 metros dificultará a entrada e saída da ponte e não resolverá as necessidades de acessibilidade; se a viga caixão comum de vão único for usada, a espessura da estrutura inferior atingiria quase 2 metros, o que também não é amigável para a experiência de caminhada e enfraquecerá a escala íntima de visualização da água na ponte durante o período seco; se o arco de haste fina ou a estrutura de treliça for usada, os elementos estruturais altos gerarão uma forte sensação industrial, que será difícil de coordenar com a paisagem da vila. Nesse sentido, após várias formas estruturais comuns se mostrarem inadequadas, mais uma vez encontramos nosso caminho na habitação tradicional do telhado de duas águas.
Em trabalhos anteriores do Scenic Architecture Office, a placa dobrada como estrutura de telhado atendeu a grande extensão de espaço e também pode ser relacionada à escala espacial e à forma de habitações tradicionais da região de Jiangnan. Desta vez, tentamos conferir mais energia às placas dobradas, cobrindo o espaço enquanto suspendemos as plataformas inferiores da ponte pedonal como estrutura principal.
Sendo assim, a placa dobrada é composta por duas estruturas de dupla inclinação, constituídas por quatro treliças de aço inclinadas, consistindo em tubos de aço com 500 mm de diâmetro, telas inclinadas e suportes horizontais na parte inferior para formar duas treliças espaciais de seção triangular. A parte central arqueia suavemente para formar um arco de treliça com a placa dobrada inteira, com isso, os dois lados são suspensos pela treliça para formar beirais, o que sustenta a placa dobrada e também protege o espaço inferior do sol e da chuva. Todo o arco é revestido com painéis de titânio e zinco na superfície superior e ripas de madeira na superfície inferior. A forma composta por dois telhados de duas águas comuns é pequena em seção e harmoniza com o telhado das casas da aldeia, mas o arco de placa dobrada oculto é forte, completando um vão de 37,8m com uma altura de 1,6m e com força suficiente para sustentar o piso da ponte abaixo.
A ideia da ponte surge da pequena casa da vila, com isso, dividimos a estrutura de 8m de largura e 36m de comprimento em nove plataformas de 8m X 4,2m, como nove espaços conectados entre si. Três das nove plataformas foram elevadas e cinco foram rebaixadas, correspondendo às balsas mais altas ao sul e mais baixas ao norte de maneira assimétrica. Há apenas uma diferença de altura de 300 mm entre cada duas plataformas, e as hastes de 50 mm de diâmetro, suspensas na parte inferior do arco de treliça de placa dobrada, sustentam as plataformas. Esta sobreposição resolve a estabilidade dos pisos e permite que cada um tenha 6 pontos de suspensão com apenas 4m de intervalo entre eles. As plataformas obtêm assim uma espessura fina de 190mm e a distância entre o piso e a água é minimizada. Colocamos rampas acessíveis entre eles e penduramos telas de bambu entre as hastes suspensas para criar um espaço escalonado contínuo e vagamente particionado como nove cabanas permeáveis. A natureza "crônica" da ponte é amplificada e interpretada aqui. Na borda, as grades são levemente inclinadas e desviadas em planta para evitar a colisão entre os corrimãos dos níveis escalonados e para orientar o corpo e os olhos diante das vistas leste e oeste.
A carga vertical da plataforma suspensa é transformada em forças internas na direção do arco através da placa dobrada nas duas extremidades, e a gravidade e o empuxo lateral são transmitidos para a fundação através dos pontos de apoio em cada extremidade. A ponte consiste em uma parede de concreto em forma de "U" com dimensões planas semelhantes em cada plataforma. As paredes de concreto moldado no local, com agregado de seixos de granulação grossa, e as aberturas de portas e janelas do tamanho de uma casa conferem às entradas da ponte uma sensação rústica. Nós estendemos o telhado de duas águas da ponte a partir da cabeceira e o projetamos, ajudando a equilibrar as forças da estrutura principal com seu próprio peso por um lado, e formando duas cabeceiras junto com as paredes de cisalhamento em concreto por outro.
Sentado na ponte, os beirais de madeira sombreiam o sol, as telas de bambu filtram a luz e as montanhas e campos de ambos os lados do rio são amplificados. Por meio da metáfora da casa e da experiência do lazer físico e mental das plataformas suspensas, conferimos à esta ponte a imagem do retorno ao lar e ao turismo, combinando forma e tecnologia.
